Lembro nitidamente da minha fascinação ao descobrir pela primeira vez o mutante Noturno. Ou ficar estarrecido com a destruição de uma cidade inteira com mísseis atômicos, deixando apenas dois sobreviventes: Vanth Dreadstar e Syzygy Darlock. Ficava embasbacado com o Esquadrão Atari, Camelot 3000 e Novos Titãs dentro de uma mesma revista.
Hoje eu tenho uma relação de amor e ódio com as editoras mainstream de quadrinhos. Culpa de decisões editoriais erradas, altos e baixos criativos, redesigns mercenários e desgaste das histórias. Pode ser tudo isso e algo mais, talvez mereça uma análise mais aprofundada.
Mas eu quero focar o outro ângulo, quando eu pego uma revista sem nenhuma expectativa e, embora eu não seja transportado para o passado (remoto) que eu lia Superaventuras Marvel ou Superamigos em pé na banca, eu tenho a mesma sensação de fascinação com a arte e a história.
É isso que ainda faz eu ler e guardar livros e revistas em papel, difícil de armazenar, conservar e transportar, mas tão fácil de se envolver e se encantar como uma criança de novo. E quando essa sensação retorna, tenho o dever de compartilhar com o maior número de pessoas, espalhar a palavra.
ICH, o novo trabalho da dupla argentina Luciano Saracino (autor de Jim Morrison: o Rei Lagarto e A Agenda dos Monstros) e a arte totalmente pintada de Ariel Olivetti (Cable, Conan, Namor) é o tipo de material que recupera minha paixão por quadrinhos. Acredito que grande parte disso seja por causa da motivação da dupla em trabalhar juntos (Saracino e Olivetti são grandes amigos) e da dedicação em trabalhar com um projeto pessoal.
ICH, o novo trabalho da dupla argentina Luciano Saracino (autor de Jim Morrison: o Rei Lagarto e A Agenda dos Monstros) e a arte totalmente pintada de Ariel Olivetti (Cable, Conan, Namor) é o tipo de material que recupera minha paixão por quadrinhos. Acredito que grande parte disso seja por causa da motivação da dupla em trabalhar juntos (Saracino e Olivetti são grandes amigos) e da dedicação em trabalhar com um projeto pessoal.
A história de ICH (significa Máscara no dialeto dos povos Abya Yala o NOSSO continente Sul Americano) é ambientado no século 16, na época dos conquistadores espanhóis colonizando a América do Sul. Esse momento histórico, com duas culturas totalmente diferentes, permite aos autores brincarem com heroísmo, magia, desconhecido, glória e derrota. Segundo Olivetti, ICH dá a possibilidade de começar uma história épica de super-heróis aqui na América do Sul.
Sem síndrome de Vira-Lata, sem Street Fighter com Saci e Mula sem Cabeça. Uma trama muito bacana e envolvente que dá início a uma grande história - já estão previstas pelo menos mais duas sequencias.
Mais uma vez, assim como em Lazarus e Fatale, os "extras" roubam a cena. Dessa vez, alguns skecths das máscaras/criaturas (com seus nomes originais) e uma descrição mezzo realista mezzo fantástico dos bastidores da história dão um gostinho todo especial para a graphic novel, um sabor de Realismo Fantástico que é 100% sul-americano.
Ich tem formato brochura 17 x 24 cm, capa cartão colorida e miolo colorido, 96 páginas e preço de R$ 35,00 e foi lançado essa semana na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. A Argentina é o país homenageado desta edição.
Para mais informações sobre o lançamento, acesse o site da Jambô Editora.
Vale a pena visitar a bem humorada fanpage de ICH.