
Se esse foi o presente de trigésimo aniversário da obra, prefiro não pensar no que farão no quadragésimo. Se tu gostas da Crise original, acredito que, tal como esse Escapista aqui, talvez não tenhas apreciado – ou sequer compreendido – essa solução mirabolante de Jeff King para resgatar a continuidade Pré-Flashpoint. Ou, vá lá, tornar mais claro o que de fato ocorreu com personagens populares dos “Velhos 52” como, por exemplo, Wally West.

Tenho a convicção que toda a ranhetice advinda do casting questionável, das sequências requentadas de ação e até das boas ideias a exemplo do envelhecimento natural da carne que reveste o T-800, tornam-se pequenas depois que o espectador utiliza um ou dois neurônios para tentar racionalizar a profetizada virada de mesa na trama dos Connors e seu patriarca, Reese. Senti-me tão decepcionado com o que estava testemunhando que, acredite ou não, em dado momento fiquei comparando comigo mesmo o que seria menos idiota.

Por outro lado, sinto que o lobby negativo por parte de Cameron e Schwarzenegger, em comum acordo, sabotou o que poderia ser esse T5, isto é, uma continuação de Salvação, apresentando, quem sabe, com mais contundência a máquina do tempo e, por que não, até mesmo a utilização do Sargento William Candy, aproveitando-se, inclusive, da idade avançada do ator austríaco. Mas tu perguntas, quem diabos seria esse Sargento Candy? Em Rebelião das Máquinas, uma cena removida creditava a esse militar o molde utilizado para a linha de montagem original dos T-800.


Exercício de imaginação à parte, como Cameron disparou, Gênesis é “oficialmente” o terceiro filme da saga e, portanto, desde já, o fecho de uma trilogia que só pode ser comparado com o incomparável.
¹ Sobre isso, pergunto agora aos leitores escapistas: qual é o limite do humor? Será que o Terminatorverse comporta algo tão escrachado quanto Gênesis ou o padrão que deveria ter sido seguido seria o alívio cômico sutil e natural de Julgamento Final, por exemplo?
Vou mais longe, a idade me deixou cínico ou o que se vê em T5 é sim hilariante? Sério, quando ouvi a esmagadora maioria dos presentes na minha sala de cinema entregues a um coro de gargalhadas, comecei a cogitar que o problema era comigo. Será?
Teve quem defendeu o indefensável... Achei fofo.
2 comentários:
Rapaz... Ainda não assisti ao T5. Então só não digo que é um pesar ler seu veredito (e é!), porque as toneladas de clips e trailers já não anteviam mesmo algo promissor.
Acho que o limite do humor varia de acordo com a lógica interna do filme. Claro que ninguém mais espera um Exterminator ameaçador e sinistrão quase slasher, como foi o original. A partir do T2, Cameron estabeleceu concessões pop, como a inserção de ganchos mais espirituosos. Mais do que isso, o personagem corre um sério risco de soar inofensivo, genérico e, pior, autoparódico. E pelo teor do seu texto...
Ps: a sacada do Sgt. Candy achei demais. Eu, o Fivo e o Sandro comentávamos na época sobre a ideia aterradora de ser desse matuto o rosto que ceifou milhares ou até milhões de vidas humanas. Um legado para a posteridade que nem os piores genocidas iriam querer.
Dogg, não gostaria de comprometer ainda mais sua experiência intracinema, mas sabe aquela sensação apaziguadora que tu tens quando sai da sala e diz para si mesmo: "é mais ou menos"?!
Pois bem, quando os dias passam, o seu conceito sobre T5 decai a níveis alarmantes. Se os realizadores pegassem a saída de Abrams em Star Trek até que ainda respeitaria suas "boas" intenções, mas eles querem mudar tudo, mas não largam o osso do robô. É frustrante, sobretudo por perceber que não somos mais o público do Terminatorverse, quer dizer, "velhos e obsoletos" numa tacada só.
"[...] comentávamos na época sobre a ideia aterradora de ser desse matuto o rosto que ceifou milhares ou até milhões de vidas humanas."
Em tese, o Adolf também poderia ser taxado como matuto! Eheheheh...
Por outro lado, preferiria ver o Arnold de carne e osso na pele do Dieter ao lado do Connor/Bale num T5 decente.
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