E a revista Juiz Dredd Megazine foi oficialmente cancelada pela Mythos Editora. Segundo informações do editor-assistente e tradutor Pedro Bouça em entrevista ao excelente site 2000 AD Brasil, a edição #24 (a próxima) será a última do título.
Ainda ontem eu rasgava elogios ao público da revista, mas parece que a coisa não era bem assim. Entre outros motivos citados, o principal e categórico foi mesmo as baixas vendas. Na entrevista, Bouça ainda traça comentários bastante pertinentes sobre o estado atual do mercado de quadrinhos no Brasil, além da evidente defasagem do formato mix - mesmo que um excelente, como é/foi o caso da Megazine. Ele também expôs o planejamento a curto prazo para o personagem no Brasil.
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Foi um bom run. Não tão longevo quanto parecia e merecia, infelizmente. Sobre a suposta "culpa" do público nisso tudo, acho que é uma insinuação no mínimo equivocada. É função da editora a divulgação de seus produtos e a busca por boas parcerias, assim como é da sua competência a necessidade de se adaptar à realidade econômica do cenário, seja qual for. Simples assim.
Vou eu convencer alguém a investir 80 reais num encadernado em preto e branco? Já anda difícil convencer a mim mesmo...
6 comentários:
Sempre chato quando um material icônico começa a sair, enchendo os fãs de entusiasmo, e é cancelado sem direito a apelação. Pior é ouvir as editoras sempre tirarem o seu da reta, quando a gente sabe bem desses esquemas deficientes de divulgação e distribuição.
Sobre o desgaste do formato mix, fico imaginando como é que a Panini ainda investe na criação daqueles títulos de 148 páginas, em que duas ou três séries realmente prestam e as outras três ou quatro são, quase sempre, nabas gigantescas. O padrão caiu de 4 para 3 títulos e já tá difícil de manter... Acrescento a isso a demora das editoras sobretudo as grandes, em aderir ao digital.
Triste notícia! O material era muito bom! Acho a Mythos uma editora que explora economicamente os leitores! Seus preços são absurdos!
Fico sem entender como um Mix de excelente qualidade é cancelado!
O pior, meu amigo, é que não foi "difícil convencer a mim mesmo". Aquele material do Juiz Morte com a arte do Brian Bolland, mesmo se fosse em pisa brite/formato Tex¹, ainda assim valeria a aquisição.
Quanto a aludida entrevista, e a mea culpa da Mythos, o próprio Pedro Bouça chegou a esquadrinhar como deveria ter sido tocado o projeto da Dredd Megazine: uma mensal só do Magistrado. Ponto.
Layout melhor que o do Miracleman, da Panini - inclusive, tocado pelo editorial da Mythos -, não há. A única mensal que venho comprando, e com gosto. Formato americano, 52 páginas, preço na faixa (R$ 7,50) e papel off-set. Se quisessem, ainda dava para dar a palhinha que eles tanto gostam com as curtas do Alan Moore, como a própria revista do "Autor Original" costuma fazer.
Ou deixassem de frescura e enfiassem logo a peixeira cega no meu inte$tino delgado. Eu pagaria mesmo:
http://www.amazon.com/s/ref=nb_sb_noss?url=search-alias%3Daps&field-keywords=Judge+Dredd%3A+Complete+Case+Files
O triste é que quando a Mythos faz a minha alegria, em paralelo, de algum modo, também está alimentando o meu rancor pela editora. Hellboy, por exemplo, fora do eixo fumetti, é o único personagem que vem há alguns anos sendo publicado de maneira regular. Há algum tempo eles começaram a relançar os primeiros arcos em HCs - caríssimos, por sinal -, o que seria uma oportunidade razoável de uniformizar a coleção. Eu disse "seria", não foi?
Pois bem, seria. Sim, eles lançaram seis volumes em capa dura e em paralelo continuaram publicando os arcos mais atuais em edições cartonadas. Ok, pode piorar? Claro que pode! Os dois encadernados mais recentes saíram em capa dura: Tormenta & Fúria e A Casa dos Mortos-Vivos e Outras Histórias. Veja o sanduíche de Anung un Rama:
http://s14.postimg.org/wjpxbk20x/IMG_20150824_104038464.jpg
E, claro, tem as coisas que você investe (99 pratas!), confia que a editora não irá te decepcionar e já se vão 2 anos sem qualquer perspectiva de um "volume 2":
https://www.mythoseditora.com.br/catalogo/default.asp?acao=detalhe_produto&cod_produto=4145&loja=book
¹ Ok! Admito, peguei pesado...
Ah, só mais uma coisa!
Na foto dos meus Hellboys, no Vol.3: O Caixão Acorrentado, percebe a ausência do "Hellboy" na lombada? Uma constatação que não é de hoje: a Mythos/Panini sabe(m) como ninguém melar uma lombada¹.
¹ Seja no Pântano... https://twitter.com/pulseluwig/status/634409708863004672
...ou No Sonhar http://s12.postimg.org/5vggfdel9/IMG_20150824_110139094.jpg
Marlo, ainda tem a questão das tiragens que, dizem, eram cada vez mais reduzidas. Acredito. Como quase não via a revista nas bancas daqui, achava que estavam vendendo igual pãozinho quente. Lego engano.
Das 23 edições publicadas, só achei/comprei em bancas umas 5 ou 6. As demais (encadernados inclusos) foram todas pelo site da Mythos. Como não é todo mundo que compra online e/ou tem disposição para morrer em fretes, já viu...
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Saladino's, a Mythos sempre foi das editoras mais onerosas, porém... sempre tem um porém... o preço cobrado pela Megazine era bastante justo. Dada a importância, a qualidade e a raridade do material, era até barato, eu diria.
Parece também que aquele encalhernado que reuniu as 6 primeiras edições gerou um inesperado efeito negativo nas vendas. Muitos simplesmente pararam de comprar ali, esperando que outro volume reunisse os números seguintes.
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Juiz Luwig, também serei voluntário pra levar essa facada. Até ajudo na giratória. Contudo, você vê como são as coisas: recebi aqui meu exemplar de O Perfuraneve, finalmente lançado no Brasil. 280 páginas, 1,5 kg de um clássico dos quadrinhos e do sci-fi distópico... por R$ 45,50. Vai ser complicado sair do Tex desse jeito.
"Layout melhor que o do Miracleman, da Panini - inclusive, tocado pelo editorial da Mythos -, não há"
heh... acompanho também. Pessoalmente, já abstraí do futuro encadernado, mas o que vejo de nego aí comprando com raiva...
Rapaz, que coisa linda essas Complete Case Files. E já está no v24... Tô vendo aqui que também tem da Juíza Anderson ("Psi Files") e de Strontium Dog ("SD Agency Files")! Foda é pouco!
Sacanagem essa grade do Hellboy. Tenho 4 edições cartonadas e apenas uma capa dura ("A Mão Direita"), então estava por fora. Achava que eram versões opcionais, ao estilo do que a Panini fazia há um tempo atrás!
Sobre as lombadas, não posso bater n'outra tecla senão naquela velha e desgastada: amadorismo.
A esta altura do campeonato, pelamor...
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