No canto inferior direito da quarta capa de One Shooter¹, tal como fez nos álbuns do Necronauta, Danilo Beyruth utiliza novamente a simpática placa de sinalização do leitor no vaso sanitário. Bom, dessa vez eu acho que ele superestimou demais o tempo. Vinte minutos? Que nada, essa publicação independente é uma iguaria gourmet que tu saboreias em menos de cinco.
Do que se trata? Com a palavra o próprio Senhor Beyruth:
“Nove HQs curtas com um único denominador em comum. Histórias que surgem daquele tipo de idéia idiota que geralmente morre na mesa de um bar, sem nunca serem produzidas. Em resumo, um trabalho despretensioso que, espero, seja tão divertido de ler quanto foi de fazer.”
[E como foi, Danilo!]
Carcarju Blues, reproduzida logo acima, é a sétima historieta e já nasce com envergadura de clássico instantâneo do Wolverine. Quer dizer, um Wolverine de tempos menos “pasteurizados”. Um Wolverine como o da minissérie oitentista, Fusão, de Walter e Louise Simonsen, Kent Williams e Jon J. Muth.
Uma história que deveria ser a prima donna das referências para se construir um roteiro decente para o personagem e, muito provavelmente, minha campeã mundial de releituras. Em meio a muita tequila, apostas e guerra fria, narra-se as conturbadas férias de Logan e Alex Summers no México com um elenco impossível – leia-se, “dos sonhos”! - com “James Dean” interpretando Alex e “Robert De Niro”, o Logan.
[Um desafio aos leitores escapistas: se vós topares com um Wolverine mais visceral que este, e me convencer disso, juro lhes que presenteio o felizardo com essas quatro revistas!]
Ah, e já que o Senhor Beyruth falou em mesa de bar: algumas delas podem ser avistadas no ar na mais impagável de todas as brigas de bar²!
¹ O único sujeito que conheço que está vendendo exemplares de One Shooter é o meu velho amigo da Comic House, em João Pessoa, o Manassés.
² O transcurso do tempo me fez crer que esse Logan só mantinha esse laço de “amizade” com Alex, o Destrutor, para aporrinhar o irmão dele.
6 comentários:
"Fusão" é referência. E o "1 Shooter" parece sensacional. Preciso encomendar um exemplar. Só não sei se bate "Mesmo Delivery" em termos de degustação recorde.
Aliás... entre esse Logan ácido e iconoclasta do Beyruth e o Logan pilhado e travado em dopamina do Grampá... não ia sobrar ninguém inteiro pra contar história!
One Shooter entrando pra lista de compras, porque essa aí já vale o investimento.
Fusão sonho de consumo... Lembro que um primo mais velho tinha, era daquelas que primo menor não podia nem relar o dedo, junto com Espada Selvagem de Conan, Asilo Arkham, Piada Mortal, Watchmen...
Interessante esse encontro de Logans... Não acompanho X-Men desde Massacre, com exceção das fases do Morrison e do Whedon, mas essa pasteurização do Wolverine até onde ele está hoje foi algo gradual?
Se bem me lembro o Whedon manteve o Wolverine das antigas e o Morrison meio que misturou o old school com a contraparte do cinema, não foi?
Dogg, aproveitando sua citação ao Wolvie do Grampá. Já viu esse making of pelo próprio? O Rafa tava inspirado! Pena que seu Furry Water só deva sair no próximo século.
http://rafaelgrampa.ig.com.br/2011/11/14/dissecando-wolverine/
A propósito, um HC ou TPB com o conteúdo dessa belezinha aqui (abaixo), até cairia bem, hã?
http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/melhores-historias-de-wolverine-de-todos-os-tempos-as-n-1/mhw0301/7214
Só mais uma: já leu essa tal Morte do Wolverine, por Charles Soule e Steve McNiven? Taí, até que me surpreendeu.
Marlo, Carcaju Blues é sem dúvida a melhor, mas o dos samurais no começo da revista e os três microcontos do Abaddon são igualmente impagáveis.
Do Vale, se tudo que tu consumistes do Logan nesse passado recente foi os Novos e Surpreendentes X-Men de Morrison e Whedon, até que não estás mal na fita. Só acrescente a receita do bolo o Inimigo do Estado e o Velho Logan de Mark Millar e estamos conversados.
Vi o artigo do Grampá sim, fabuloso. Foi dali mesmo que tirei o vício em dopamina.
Que beleza de cadernão esse do Wolverine, hein. Nem tinha conhecimento da existência. Abril mandando bem na saideira... será que o preço tá muito obsceno no Mercenários Livres?
Não li a tal da Morte não. Não sabia nem que o McNiven estava envolvido. Isso e mais a sua indicação já me bastam. Já estou puxando, rs.
Opa, agora que vi que é em p&b, igual aquelas edições históricas da Mythos. Não, obrigado, melhor torcer por um milagre mesmo. :)
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